Tentativa de homicídio no Malhado deixa policial indignado com o SAMU

Circula nas redes sociais o relado de um policial que estava de serviço no dia de ontem (9), quando um homem, morador do bairro Teotônio Vilela, e que atua no transporte alternativo (lotação), foi vítima de uma tentativa de homicídio, no bairro do Malhado.

Veja abaixo o relato e as fotos do policial:

O Malhado segue com a sina de bairro mais violento de Ilhéus. Ontem quando tirava serviço na viatura do Malhado, estava com os companheiros no módulo terminando de jantar, ouvimos mais de dez disparos de arma de fogo, quando saímos para ir ao encontro da situação nos deparamos com um homem que corria em nossa direção, o mesmo trabalha com lotação e mora no Bairro Teotônio Vilela, é conhecido como Xuxa e fora alvejado nas costas e na panturrilha esquerda. O companheiro Roberto do PETO ligou para o SAMU que tirou o colega do sério, mesmo ele se apresentando como policial de serviço, falando o prefixo da viatura na qual estava e a Cia que trabalhava, a pessoa que o atendeu perguntava, a todo o momento, se a PM estava no local, era como se o fato dele ser policial fora de serviço, caso isso tivesse ocorrendo, não teria legitimidade para acionar uma viatura do SAMU.

Depois de vários minutos esperando e o homem sangrando feito um porco que fora abatido, e olhe que estávamos a menos de dois Km da sede do SAMU, eu resolvi ligar, me apresentei perguntando sobre o envio da ambulância, uma mulher que me atendeu muito bem, disse que estava sendo deslocada e eu perguntei se iria demorar, pois o caso era grave, foi ai que ela me disse que só estavam com duas ambulâncias, uma no Nossa Senhora das Vitórias e outra havia ido levar um menino no Pontal, me parece que no aeroporto, segundo vários curiosos que chegavam ao local, tinha ambulância no pátio do SAMU, não vou entrar nesse mérito, poderia estar quebrada ou não ser adequada para o tipo de socorro. Como eu não queria ser um pouco responsável pela morte daquele homem, não me mantive inerte, com a ajudo de populares e dos colegas, colocamos o homem na viatura e o levamos ao Hospital Regional. Assim que chegamos, chegou uma viatura do SAMU, ao manter contato com o servidor ele disse que deixaria o doente no Regional e iria para o Malhado socorrer o baleado, detalhe, dois servidores do hospital, sendo um enfermeiro, falaram que a pessoa que o SAMU levara poderia esperar, uma vez que só estava com dor de cabeça e vomitando, me perguntei, para que tantas perguntas, no procedimento deles, se nesse processo de triagem um homem que havia sido baleado foi preterido por um caso aparentemente menos grave?Não sou da área da saúde, mas diante da observação do enfermeiro só poderia ter pensado isso. Nesse momento eu fui levado a fazer outra reflexão, sobre a Resolução de número oito de dezembro do ano passado, do Governo Federal que dentre outras orientações, diz que o nos casos de a polícia alvejar e matar uma pessoa em confronto, esse policial deva ser tratado como homicida, ou seja, nos relatórios e boletins de ocorrência não poderá mais usar o termo Resistência Seguida de Morte e sim “Homicídio em Decorrência de intervenção Policial” e o mesmo deve ser afastado de suas atividades até que se concluam as investigações, ou seja, punirá o policial antes de lhe assegurar a presunção de inocência a ampla defesa e o contraditório. Fui levado a refletir também sobre a proibição de policiais prestarem socorro no Estado de São Paulo. Se eu morasse e trabalhasse naquele Estado eu deveria deixar o cidadão morrer ou cometer um desrespeito à lei para tentar salvar aquela vida? Com a palavra dos doutores da lei, comentem e compartilhem.

Augusto Júnior