Como em todos os anos, após os seis dias de folia o hit da estação virou nome de virose. E desta vez a gripe que está atingindo baianos e turistas está sendo apelidada de "Ziriguidum", música do grupo Filhos de Jorge que animou multidões neste Carnaval. Depois dos quilômetros percorridos pelos circuitos, a febre, tosse, dores na cabeça e nas articulações são as principais queixas apresentadas pelas pessoas nos postos de saúde.
Os resultados do combate já podem ser conferidos nas emergências dos hospitais, que começam a receber os primeiros rendidos ao inimigo viral. É o caso do vendedor Márcio Oliveira, 39 anos, que lamenta o único dia em que foi curtir a pipoca da Barra. “Dificilmente fico gripado. Todo ano viajo no Carnaval. Desta vez inventei de ir pra rua...”, reclama ele, enquanto amarga a espera no posto Quinto Centro de Saúde, na Avenida Centenário. “Fui trabalhar hoje, não consegui e vim pra cá. Dói tudo, não tô aguentando mais”, disse.
Diferente de Márcio, que pouco conhece o inimigo com que está lidando, Luana Mota, 28 anos, já está acostumada com a rotina pós-festa. Desta vez, os primeiros sinais foram reconhecidos já na Quarta-Feira de Cinzas. “Pense em uma dor de cabeça... Sinto calafrios de febre. A gripe Ziriguidum me pegou de jeito, tentei até driblar aos chamados dela tomando muita água e evitando comer besteiras, mas de nada adiantou”, disse.
A comerciante Luana Lins também disse que os cuidados tomados antes da folia não foram suficientes para evitar o contágio. “Só rindo da situação, pois todos os anos tenho problemas depois do Carnaval. No ano passado, além da gripe, até conjuntivite eu tive. Este ano, por recomendação médica, tomei vitaminas, bebi água, dormi, me alimentei bem, mas não resolveu, minha imunidade ficou baixa e a ziriguidum me pegou”, disse a comerciante, enquanto aguardava atendimento em um posto de Saúde.
De acordo com Augusto Anibal, infectologista da Câmara Municipal de Infectologia, o contexto do Carnaval por si só favorece inúmeras epidemias. “As viroses respiratórias são transmitidas com extrema facilidade em aglomerados e situações anormais para o corpo, como o sol forte e o estresse físico a que são submetidos no Carnaval”, explica.
Ainda segundo o especialista, o beijo, tão comum quanto a latinha de cerveja na festa, também pode ser um grande aliado à transmissão da virose. “Quando o contato não é só respiratório, o vírus é passado ainda mais rapidamente”, afirma Anibal.
IG
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